Volto a falar da necessidade de os professores ultrapassar os questionamentos "fechados" nessas disciplinas. Perguntar qual o ano da chegada da família real ao Brasil é mais do que retrógrado. Muito mais retrógrado é perguntar todos os nomes de D. Pedro I ou as leis da sociedade feudal.
Na disciplina de História e Geografia, o foco deve ser o Brasil e o regional, o aspecto global deve ser complementar. Professores parem de ensinar o Absolutismo inglês, a sociedade feudal européia, ou os aspectos físicos da Europa. Vamos ver a História e a Geografia do Brasil e suas regionalizações. O mundo vem como complemento. Detalhes da história mundial são desnecessários. O aluno acaba estudando muito mais de Europa, Ásia ou América do Norte, esquece que seu país tem uma história, uma geografia.
Confesso que fiz história motivado pela Segunda Guerra Mundial. Mas com o tempo descobri coisas fantásticas sobre o Brasil e suas regiões, que o mundo hoje serve como complemento aos debates de história regional que ocorrem nas aulas, tanto da 5ª série, como da 3ª série do ensino médio.
Agora, essa atividade exige pesquisa para além do livro didático. Reside aí o grande desafio.
4 comentários:
Talvez seria interessante pensarmos a História com algo sempre próximo da experiência humana, de um ser real e concreto que ao longo do tempo se deparou com inúmeros problems e desafios e tentou resolvê-los. E que suas decisões e escolhas sempre tiveram implicações. Daí é possível falar sobre qualquer coisa que envolva esta atuação humana ao longo de todas as épocas, civilizações, sociedades... A história regional poderia ser entendida com está visão dentro de um círculo mais reduzido. Assim, a formção da cidade de São Paulo, sua história, os diferentes problemas que foram enfrentados (os antigos e os recentes) por este ser real, estaria no mesmo grau de importância do que aqueles travados na pré-história na antigüidade... muito diferentes, soluções diferentes, mas fundamentais para a existência daqueles homens... talvez por aí...
Olá Colega Professor,
Sou professora de Geografia e Concordo quando vc diz que precisamos focar o Brasil e o Regional.E é preciso romper com o livro didático, e produzir o conhecimento histórico e geográfico de outras formas. Mas não podemos deixar de trabalhar o global e a história antiga e medieval.
Visite também meu blog:
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cometários, criticas e sugestões são bem vindas;
Grata.
Acredito que precisamos ,como professores destas disciplinas entender que é os objetivos da História e geografia , em especial, no Ensino Médio vão além da aprendizagem dos conteúdos curriculares, pois buscam, a partir da experiência do aluno, construir um currículo que estabeleça liames significativos com o presente, objetivando o entendimento de como a realidade social é produzida, através do tempo e em diferentes espaços, por meio de tensões, contradições transformações e permanências. Portanto, o objetivo primeiro do conhecimento histórico é a compreensão dos processos e dos sujeitos históricos, o desvendamento das relações que se estabelecem entre os grupos humanos em diferentes tempos e espaços.
Quantos as suas observações acerca do ensino de História, Antonia Terra de Callazans Fernandes em seu trabalho, Reflexões sobre o ensino de Historia, nos diz que :As tendências historiográficas atuais apontam no sentido do historiador investigar os mais diversos temas, valorizando aqueles que comumente não eram pesquisados, porque não abordavam os grupos sociais vencedores ou porque não se encaixavam nas grandes visões processuais da história, que encadeiam épocas e ações humanas. Assim, hoje são estudados temas como: a mulher, os bandidos, as crianças, os loucos, os operários, os negros, os índios, ou temas como: as vestimentas, as comidas, o casamento, o lazer, a morte, a literatura, a arte, a música, a sexualidade, as fotografias, as representações da natureza, a habitação – temas geralmente ligados a costumes, ao cotidiano e às mentalidades. Portanto o ensino deve estar voltado para levar os alunos a respeitar as diversidades.
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