terça-feira, 18 de março de 2008

Filosofias da 5ª Série

Filosofias provindas da ingenuidade e simplicidade da 5ª Série: “Eu quero que a escola me ajude que eu passe em todas as matérias para que eu possa trabalhar na Seara.”, ou ainda, “A mensagem do filme pode ser qualquer uma, mas, uma delas pode ser importante.” “A escola não pode me ajudar, porque eu não tenho sonhos e tenho tudo o que eu quero e posso alcançá-los sozinha!” Por incrível que pareça, alguns estudantes de Ensino Médio são tão ingênuos quanto os da 5ª Série, ou seja, não conseguem ultrapassar esse nível intelectual. Triste realidade.

terça-feira, 11 de março de 2008

Conversa de professor II

Novamente a educação do Estado de Santa Catarina enfrenta a perspectiva de uma greve. Segundo o gerente de educação de Itapiranga, por aqui não há indício de greve e os professores estão plenos e contentes acerca de sua atividade. Completou ainda que, quem faltar para participar de assembléias do Sinte receberá falta. É impressionante que um gerente de educação tenha a capacidade de fazer essas ameaças aos professores, ainda mais, porque no passado ele foi nosso colega de trabalho.

Há algumas considerações que são importantes: o governo do Estado acha que qualidade na educação é unicamente reformar escolas e construir piscinas, e os professores acham que qualidade na educação é, unicamente, a garantia de um melhor salário. Os dois estão enganados.

Qualidade na educação não é simplesmente uma boa estrutura para a escola. É necessário um profissional competente e qualificado, um menor número de alunos por turma, melhores acervos para as bibliotecas, ambiente de estudo, recursos tecnicos.

Aposto que, mesmo que os professores recebessem 10 mil reais a educação estaria do mesmo jeito que está. É uma mentira o que os professores falam de que é necessário um aumento de salário para melhorar a educação. Unicamente dinheiro não basta. Aliás, para muitos professores que nada lêem, nada pesquisam, nada produzem, o salário atual está bom demais.

Aliás, a educação na Finlândia, país com o melhor índice educacional do mundo, não é nada mirabolante. As salas são como as nossas, mas há detalhes importantes. Os professores ganham cerca de 2,300 euros (R$ 8.3000) por mês (lembrando que o custo de vida por lá é alto), todo professor é incentivado a fazer mestrado. Os finlandeses têm um sistema educacional livre que roda com fluidez, bons professores, famílias que participam e dinheiro para enfrentar as dificuldades.

A bandeira de luta dos professores precisa ser mais ampla. Por exemplo, porque ninguém faz greve para que as licenças remuneradas para cursar mestrado voltem? Os alunos percebem que existem professores péssimos, que não tem talento nenhum para a educação, e por isso a greve não consegue conquistar os alunos e os pais.

Os ACT´s, os que estão em estágio probatório e os que pleiteiam um cargo numa SDR não possuem voz nos debates sobre a greve, sentem-se acuados e ameaçados.
Tive uma experiência muito produtiva na escola. Como tarefa de casa os estudantes deveriam escutar a Voz do Brasil ou um jogo de futebol pelo rádio. Foi brilhante. O rádio estimula a imaginação porque trabalha somente com o auditivo, muito diferente da televisão, que não força a capacidade cerebral, porque traz tudo pronto e “mastigado”.

sábado, 1 de março de 2008

Aos professores de História e Geografia

Volto a falar da necessidade de os professores ultrapassar os questionamentos "fechados" nessas disciplinas. Perguntar qual o ano da chegada da família real ao Brasil é mais do que retrógrado. Muito mais retrógrado é perguntar todos os nomes de D. Pedro I ou as leis da sociedade feudal.
Na disciplina de História e Geografia, o foco deve ser o Brasil e o regional, o aspecto global deve ser complementar. Professores parem de ensinar o Absolutismo inglês, a sociedade feudal européia, ou os aspectos físicos da Europa. Vamos ver a História e a Geografia do Brasil e suas regionalizações. O mundo vem como complemento. Detalhes da história mundial são desnecessários. O aluno acaba estudando muito mais de Europa, Ásia ou América do Norte, esquece que seu país tem uma história, uma geografia.
Confesso que fiz história motivado pela Segunda Guerra Mundial. Mas com o tempo descobri coisas fantásticas sobre o Brasil e suas regiões, que o mundo hoje serve como complemento aos debates de história regional que ocorrem nas aulas, tanto da 5ª série, como da 3ª série do ensino médio.
Agora, essa atividade exige pesquisa para além do livro didático. Reside aí o grande desafio.