Novamente a educação do Estado de Santa Catarina enfrenta a perspectiva de uma greve. Segundo o gerente de educação de Itapiranga, por aqui não há indício de greve e os professores estão plenos e contentes acerca de sua atividade. Completou ainda que, quem faltar para participar de assembléias do Sinte receberá falta. É impressionante que um gerente de educação tenha a capacidade de fazer essas ameaças aos professores, ainda mais, porque no passado ele foi nosso colega de trabalho.
Há algumas considerações que são importantes: o governo do Estado acha que qualidade na educação é unicamente reformar escolas e construir piscinas, e os professores acham que qualidade na educação é, unicamente, a garantia de um melhor salário. Os dois estão enganados.
Qualidade na educação não é simplesmente uma boa estrutura para a escola. É necessário um profissional competente e qualificado, um menor número de alunos por turma, melhores acervos para as bibliotecas, ambiente de estudo, recursos tecnicos.
Aposto que, mesmo que os professores recebessem 10 mil reais a educação estaria do mesmo jeito que está. É uma mentira o que os professores falam de que é necessário um aumento de salário para melhorar a educação. Unicamente dinheiro não basta. Aliás, para muitos professores que nada lêem, nada pesquisam, nada produzem, o salário atual está bom demais.
Aliás, a educação na Finlândia, país com o melhor índice educacional do mundo, não é nada mirabolante. As salas são como as nossas, mas há detalhes importantes. Os professores ganham cerca de 2,300 euros (R$ 8.3000) por mês (lembrando que o custo de vida por lá é alto), todo professor é incentivado a fazer mestrado. Os finlandeses têm um sistema educacional livre que roda com fluidez, bons professores, famílias que participam e dinheiro para enfrentar as dificuldades.
A bandeira de luta dos professores precisa ser mais ampla. Por exemplo, porque ninguém faz greve para que as licenças remuneradas para cursar mestrado voltem? Os alunos percebem que existem professores péssimos, que não tem talento nenhum para a educação, e por isso a greve não consegue conquistar os alunos e os pais.
Os ACT´s, os que estão em estágio probatório e os que pleiteiam um cargo numa SDR não possuem voz nos debates sobre a greve, sentem-se acuados e ameaçados.
Tive uma experiência muito produtiva na escola. Como tarefa de casa os estudantes deveriam escutar a Voz do Brasil ou um jogo de futebol pelo rádio. Foi brilhante. O rádio estimula a imaginação porque trabalha somente com o auditivo, muito diferente da televisão, que não força a capacidade cerebral, porque traz tudo pronto e “mastigado”.
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