sábado, 20 de junho de 2009

Histórias do velho oeste: das arbeiten

A região possui histórias impressionantes sobre a dedicação deste povo ao trabalho. Entlige han sich kaput geschaft, aber sind die woh auch wenich aus das Arbeite sich geqüelt han. Temos pessoas que entregaram sua vida ao trabalho e ao sacrifício brutal de trabalhar com a finalidade de juntar um capital familiar ou deixar uma herança aos seus filhos. Inclusive algumas pessoas até se sentiam culpadas quando passavam o dia sem ao menos ter trabalhado ou produzido algo. O ócio não é um valor que se aplica a rigor na cultura alemã.
Por aqui podemos perceber que a palavra trabalho tem um vínculo muito forte com a origem do termo, que é derivado do latim, e que na Antiguidade denominava um instrumento de tortura imposto sobre os únicos que realmente deviam sofrer trabalhando.
Em São João do Oeste tivemos um caso de dedicação ao trabalho, o que pudemos constatar quando ele fazia seu trabalho de arador. Seus gritos e lamentações com a junta de bois eram tão intensos e explosivos, que se assemelhavam a um drama. Era uma verdadeira angústia escutar este homem a guiar o arado. Era algo impressionante, porque quando ele fazia seu trabalho toda a comunidade escutava seu berreiro. “Vaaamo seus lerdos, eu não tenho o dia todo!”. Pelos gritos do homem, para quem estava desinformado, parecia que ele arava com três bois: “Mineiro, Bahiano, Aiaiaiaiai!”
Nos primeiros anos de colonização de Porto Novo, o trabalho era essencialmente braçal. Era necessário derrubar a mata, queimar os troncos e arar a terra, num trabalho braçal sofrido. A família numerosa dedicava-se inteira a atividade agrícola, catando as pedras para que a terra apresentasse mínimas condições de plantio. Aquela situação era realmente desoladora. Crianças cheias de feridas de picadas de insetos, unhas sujas de terra, pés com uma crosta do frio do inverno. Realmente não era tarefa fácil distinguir os animais dos seres humanos na lida na roça.
Mas por aqui nem todos eram assim tão entusiasmados pelo trabalho. Doh ware auch die woh gern in die Schtat gefah sind. Na cidade passavam a tarde jogando baralho ou incomodando o prefeito com lamentações, enquanto que a mulher e os filhos cuidavam da propriedade. Estes realmente acreditavam que o trabalho era um castigo de Deus, e não estavam nem um pouco interessados em suprir sua dívida divina. E estes transeuntes não fazem parte somente de nossa história, alguns deles ainda andam por aí.
O trabalho se tornava ainda mais sacrificante pelas condições físicas de nossas terras e matas. Em alguns locais a roça era tão inclinada que o arador, para fazer seu trabalho de arar a terra devia usar uma junta um tanto estranha: para equilibrar a declividade do terreno, de um lado cangava um boi, e de outro, um porco. E aquelas verdadeiras jornadas pela sobrevivência que eram realizadas a carroça, que atravessava terrenos montanhosos e acidentados, munidos simplesmente com um sistema de freio extremamente inseguro. Os bois, coitados, chegavam em casa babando de sofrimento, e ainda por cima eram proibidos de comer ou consumir água por uma espécie De cesta que prendia sua boca – Maulkhorap.
Quando os bois se cansavam de seu trabalho extenuante, e decidiam por falta de forças deixar de puxar a carroça, o animal de duas patas os castigava cruelmente e sem perdão, com um chicote violento, que quando chicoteava, assobiava no atrito com o ar.
No passado se trabalhava muito e se produzia relativamente pouco. Muitas pessoas morreram de tanto trabalhar, assolados por doenças físicas de tanto castigarem o seu corpo. Homens e mulheres, adultos e crianças, temos um passado marcado pelo trabalho pesado, e isso está impregnado em nossa cultura, por isso se diz que o alemão tem um corpo rude e duro, moldado pela geração do trabalho.