sábado, 28 de fevereiro de 2009

CONVERSA DE PROFESSOR

O que mais me preocupa na educação é instruir meus alunos a se preocupar com o futuro, mesmo que essa tarefa seja difícil com o público adolescente. Não há como pensar o processo educativo das pessoas sem ser trabalhada a questão da sensibilidade dos adolescentes em pensar no amanhã.

A preocupação com o futuro é o pré-requisito básico para trabalhar outros temas importantes para a formação educacional, dentre eles estão a questão ambiental, a responsabilidade social, a ética, a política, a religião, a ciência.

A escandalosa entrevista que Jarbas Vasconcelos concedeu para Revista Veja na semana passada, chamou a atenção pelas acusações de corrupção e clientelismo presentes em seu partido, o PMDB. No entanto da fala do Senador Vasnconcelos o que chamou mais a minha atenção não foram essas acusações políticas, mas sim, o que ele falou sobre o futuro da política no país. Sobre a corrupção e o sentimento de impunidade “é possível mudar, mas isso é um processo longo, não é para essa geração. Não é só mudar nomes, é mudar práticas.”

Como fazer com que os adolescentes, que são a geração à qual o Senador se referia, tomem gosto e se preocupem com o futuro político do país? A meu ver estamos construindo uma geração totalmente apolítica, que não tem preocupação com o futuro e não cultiva ideais.

É claro, é preciso estar atento sobre o momento da vida em que as pessoas começam a ter noções claras de temas de tamanha complexidade. Adolescentes tem mentalidade capacitada para entender aspectos relacionados ao futuro? A partir de que momento da vida estamos prontos para compreender questões tão complexas?

Como fazer o jovem estudante entender que as suas notas e o seu desempenho na escola podem ser decisivos no seu futuro? Vejamos o caso do Prouni, por exemplo, que leva em consideração o desempenho e o histórico escolar do aluno ao longo do Ensino Médio.

Constantemente vejo alunos do Ensino Médio comentarem sobre possíveis cursos e carreiras que possam ser seguidas no futuro. Mas o que percebo é que há muitos sonhos, muitas ilusões e desejos, mas, no entanto, pouca prática efetiva para que este sonho se torne realidade. Ou seja, há muitos garotos que querem ser jogadores de futebol, mas não entendem o significado da palavra disciplina e não possuem uma educação alimentar exigida para um profissional do futebol.

A maioria dos jovens das escolas públicas quer ter muito dinheiro e reconhecimento, mas não fazem a menor idéia do que é necessário fazer para alcançar tal objetivo. É preciso trabalhar sonhos em sala de aula, ensinar caminhos. Mas também é necessário alertar e dizer que, pela prática que a maioria dos alunos demonstra em sala de aula, é pouco provável que um dia ele possa chegar lá.

Frase da semana: "Queremos ver crianças perseguindo o conhecimento, e não o conhecimento perseguindo crianças." George Bernard Shaw

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

O Desespero Humano: O Colapso De Uma Sociedade Midiática

O Desespero Humano: O Colapso De Uma Sociedade Midiática
Por Edinaldo
A fragmentação do arranjo social causada pela economia neoliberal causa naqueles intelectuais que vislumbram uma restauração ou uma reestruturação da sociedade um certo desconforto que beira a um colapso de nervos. Eles enxergam e chamam a atenção da massa de trabalhadores, pais e alunos que compõem o grande público consumidor do mass media e dos seus anúncios, a atuação cada vez mais massiva e desvirtuadora dos meios de comunicação de massa e da economia na sociedade mundial, e para o processo cada vez mais sutil e imperceptível de alienação e do esfacelamento da criticidade social causada por esses meios.
Facilitando a comunicação entre os povos e proporcionando uma relação global jamais vista, os meios de comunicação de massa, influenciou e influencia o comportamento das pessoas desde sua fala até seu modo de andar, comer, vestir, namorar, etc. é importante o contato cultural com outros povos e nações para o enriquecimento intelectual, porém a intelectualidade está em segundo plano quando a preocupação maior é com o espetáculo, com o ridículo, com o bizarro.
O enfraquecimento familiar, religioso e educacional na sociedade pós-moderna é fruto direto do resultado da interação da sociedade com os meios de comunicação massivos que permeiam nossa casa ridicularizando valores seculares que perpassaram o desenvolvimento humano, mas que agora são tratados como caretas, ridículos, fora da moda.
Pais e professores não sabem mais o que fazer com essa desestruturação social, jogando uns sobre o outro o ônus desse embate que deve ser trabalhado em conjunto pelos atores interessados. A desconstrução do sujeito causado pela falta de alicerces sólidos de valores seculares e metafísicos instigam na criança e adolescente que passam horas e horas em frente ao computador ou televisão a busca hedonista de prazeres superficiais e ilusórios. A idéia do aqui e agora permeia a atitude e a relação desses jovens com o meio e com o outro. A relação com o outro é antes de tudo a compra ou a aceitação passiva da imagem que é vendida por outras pessoas com suas roupas, sua maquiagem, seu corte de cabelo, etc. deixamos de ser atores sociais e passamos a objetos, espectadores estamos no turbilhão da corrente desesperada de homens e mulheres, crianças e adolescentes que buscam o sentido de suas vidas e acabam encontrando no “novo lançamento” uma fuga ilusória desse pressuposto sentido.
As identidades rompidas com a busca econômica e com a sociedade do espetáculo fazem com que nós explorados pelos meios de produção capitalista atinjam a falsa ilusão de felizardos contentando-se em poder comprar a última TV ou o último celular, mal sabendo que tudo isso é logicamente fruto de uma estratégia para acomodação social em detrimento dos reais problemas sociais. Pensamos que o bem estar social é poder comprar bens de consumo divididos em trinta vezes no carnê. No, entanto, o problema maior está em não sabermos se esse é realmente um estado de ilusão aparente ou se de fato acreditamos que o maior acesso aos produtos industrializados ou ao reality show é a benesse que precisamos para uma vida aprazível e feliz.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Conversa de professor

Há 150 anos atrás era proclamada uma das teorias mais ousadas da história. Tratava-se da teoria da evolução das espécies, criada pelo inglês Charles Darwin. A chave central do pensamento de Darwin reside no fato de que, os homens, e os seres vivos de maneira geral, são resultados de uma evolução. Suas idéias revolucionaram as ciências, e foram encaradas como uma bomba pela sociedade de sua época.

Todo esse movimento de contestação às idéias de Darwin é sustentado justamente pelos que se sentiram atingidos pelas idéias de evolução natural das espécies. A Igreja condenou as idéias da evolução natural das espécies porque elas se contrapõem às idéias criacionistas. Ou seja, as idéias de Darwin não foram bem aceitas por aqueles que acreditavam que a origem do homem e das espécies é divina.

Darwin buscou comprovar que todas as espécies descendem de um ancestral comum, uma forma de vida simples e primitiva. No entanto, na própria ciência as idéias de Darwin sofreram, e ainda sofrem resistência, devido a suposta escassez de comprovações científicas do método utilizado por Charles Darwin no século XIX.

Mas onde estou querendo chegar com toda esta polêmica? Quero levantar uma questão que acredito ser importante no ambiente escolar: o que estamos ensinando para os alunos? Ou seja, em Ensino Religioso se ensina as idéias do criacionismo, da criação do homem e do mundo através de um Deus. Já na disciplina de Biologia se ensina o evolucionismo científico. De que forma o aluno reage perante esta confusão de conceitos? Damos a liberdade para o aluno ter um posicionamento? Ou seja, se na disciplina de Biologia, o aluno responder a questão da evolução humana através da visão criacionista, qual será a reação do professor?

O aluno, dependendo é claro de sua formação familiar e comunitária, possui todo um conhecimento adquirido na família, na igreja e na comunidade. Qual a autoridade da escola em julgar todas estas explicaçõs divinas sobre a criação do universo que o aluno herdou da tradição familiar?

No livro didático de História do Mário Schmidt, ele inicia o capítulo da evolução humana, sugerindo que o aluno peça a explicação sobre este tema ao professor de Biologia. Isso é um erro. O professor de História, bem como o professor de Ensino Religioso e Filosofia, também tem autoridade para explicar a formação do pensamento humano sobre este tema da criação humana.

Entender a origem das coisas sempre foi um verdadeiro mistério para as civilizações antigas. A civilização grega, considerada o berço do pensamento racional, era regida essencialmente pelas explicações divinas das existências terrenas. Ou seja, tudo era explicado por deuses.

Lembro que o professor Roque Strieder disse certa vez de que é novamente necessário aproximar a ciência da fé. O pensamento racional precisa novamente ter um teor de crença, mistério e fé. É necessário, e é possível, unir evolucionismo e criacionismo. Que seja o homem descendente natural de outra espécie. Mas do que custa acreditar que há uma força divina que rege todas estas leis naturais?

Frase da semana: “Serão os homens um erro dos deuses, ou serão os deuses um erro dos homens?” Nietzsche.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Da alforria ao cárcere - por Fábio Heinen

As conquistas angariadas pela sociedade – desprivilegiada de condições remuneradamente cabíveis a ter acesso às informações necessárias para o desenvolvimento da superação do sistema alienador – sempre foram através das lutas sociais – não é nem preciso estudar História para compreender tal realidade, especialmente no Brasil – e manifestações legais e de direito do todo o cidadão, ou, do ser humano, como queiram. O Brasil foi palco de muitas transformações político-históricas desde sua “descoberta”. Passou por fases que hoje encaramos como perplexas e severas. Recentemente saímos de um período de trevas da História do Brasil, ou seja, Ditadura Militar (1964-1985) que durou, explicitamente, cerca de 21 anos deixando seqüelas estarrecedoras, matando e calando muitas vozes que lutavam por uma situação dissemelhante àquela em que se encontravam. No entanto, muitos objetivos foram alcançados pelo mérito das possibilidades oposicionais. É o que poderíamos chamar de “democracia consentida”, ou seja, deixar o bolo crescer para depois repartir, apenas a alguns. O bolo cresceu realmente, só que esqueceram de repartir e é por essas e outras que a intensificação das lutas sociais aumentaram no país...
Ao decorrer da história dos acontecimentos, constrói-se no Brasil, uma idéia diferente da instituição governamental vigente – talvez pela própria necessidade de uma divergência de valores estruturais – que fez com que a sociedade vivesse uma nova dimensão de perspectiva política. Ícone do socialismo e lutador específico dos direitos dos trabalhadores, essa estrutura consolidou-se em um novo partido político, com ideais e ideologias, sonhos e filosofias, justamente para poder oportunizar um novo ciclo de bem-estar social no país. Porém, o caminho era longo e as dificuldades obscureciam a visão. Mas de tudo o que se quer, quase tudo se consegue, e, chegou o momento da “mudança”: Quebram-se correntes, varrem-se réstias e cacos do passado e elege-se o “cavaleiro da esperança”, para alegria de muitos e tristezas de outros muitos. Prova de liberdade e democracia, pois após um período de nebulosidades e chuvas ácidas, surge o sol, vermelho, quente de início e que vai ficando abrasador...
As entidades facultativas dos direitos e deveres sociais, muitas vezes recaem sobre nossa visão deixando-nos, por ora, quase cegos e até mais alienados do que estamos. Se temos direitos, não é pelos deveres que os usaremos, mas pela oportunização concedida através das lutas sociais históricas. Não se sugere também utilizar o dever com o entendimento de trocas de favores, mas pela limitação consciente dos direitos. Esse “toma-lá-dá-cá” foi uma politicagem envergadamente usada pelas forças de poder em épocas de autoritarismo, governos monárquicos, déspotas e absolutistas, nos quais a sociedade sofrera grandes insatisfações sociais, culturais e, inclusive profissionais, ou seja, favorecimento de alguns indivíduos com “cargos de confiança” totalmente e, alguns em parte, despreparados para assumir tais tarefas, e em troca, preconizando as próprias bases estruturais políticas, alegando vitória por auto-mérito em detrimento de outros que efetivamente alcançaram seus ápices profissionais através de inerente aptidão intelectual.
A crítica aos movimentos sociais no Brasil é uma constante, embora em alguns casos com muita razão deve ser referida. Faz-se necessário então, ter um ponto de visão livre e desengatado das peripécias partidárias, para podermos não citar o senso comum como uma verdade a ser válida. Geralmente esses críticos de plantão, sem fundamentação coerente com a realidade dos fatos, são os indivíduos que nutrem a estrutura pífia e austera da situação em relação às manifestações que ocorrem em função das reivindicações de melhorias trabalhistas. No entanto, esquecem-se que também são beneficiados e que se ocupam lugar no espaço de trabalho, sem diminuir seus possíveis méritos, estão barganhando e dividindo das mesmas oportunidades que outrora foram conquistadas pelas lutas sociais que hoje criticam. Talvez gostariam que as formas de governo voltassem aos seus estados de sítio, ou queriam trocar democracia pelo uso da força absolutista, ou que a organização social seja submissa ao poder monárquico e conservador. Se assim o quiserem, talvez seja mesmo necessário que estudem um pouco de História...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Achada Bíblia antiga escrita na língua de Jesus


Volume está escrito em siríaco, dialeto do aramaico falado por Cristo.
Autoridades dizem que artefato pode ter 2.000 anos; estudiosos duvidam.

Autoridades do norte do Chipre, região controlada pela etnia turca, afirmam ter apreendido uma Bíblia que poderia ter quase 2.000 anos após uma investigação contra traficantes de antiguidades. O códice está escrito em siríaco, dialeto aparentado ao aramaico falado por Jesus e pelos judeus da Palestina no século I de nossa era. A obra ainda precisa ser avaliada em detalhes por especialistas, mas alguns pesquisadores que tiveram acesso a fotos avaliam que a tinta dourada e a caligrafia sugerem uma idade mais recente, da Idade Média em diante.

Fonte: Globo.com