Há 150 anos atrás era proclamada uma das teorias mais ousadas da história. Tratava-se da teoria da evolução das espécies, criada pelo inglês Charles Darwin. A chave central do pensamento de Darwin reside no fato de que, os homens, e os seres vivos de maneira geral, são resultados de uma evolução. Suas idéias revolucionaram as ciências, e foram encaradas como uma bomba pela sociedade de sua época.
Todo esse movimento de contestação às idéias de Darwin é sustentado justamente pelos que se sentiram atingidos pelas idéias de evolução natural das espécies. A Igreja condenou as idéias da evolução natural das espécies porque elas se contrapõem às idéias criacionistas. Ou seja, as idéias de Darwin não foram bem aceitas por aqueles que acreditavam que a origem do homem e das espécies é divina.
Darwin buscou comprovar que todas as espécies descendem de um ancestral comum, uma forma de vida simples e primitiva. No entanto, na própria ciência as idéias de Darwin sofreram, e ainda sofrem resistência, devido a suposta escassez de comprovações científicas do método utilizado por Charles Darwin no século XIX.
Mas onde estou querendo chegar com toda esta polêmica? Quero levantar uma questão que acredito ser importante no ambiente escolar: o que estamos ensinando para os alunos? Ou seja, em Ensino Religioso se ensina as idéias do criacionismo, da criação do homem e do mundo através de um Deus. Já na disciplina de Biologia se ensina o evolucionismo científico. De que forma o aluno reage perante esta confusão de conceitos? Damos a liberdade para o aluno ter um posicionamento? Ou seja, se na disciplina de Biologia, o aluno responder a questão da evolução humana através da visão criacionista, qual será a reação do professor?
O aluno, dependendo é claro de sua formação familiar e comunitária, possui todo um conhecimento adquirido na família, na igreja e na comunidade. Qual a autoridade da escola em julgar todas estas explicaçõs divinas sobre a criação do universo que o aluno herdou da tradição familiar?
No livro didático de História do Mário Schmidt, ele inicia o capítulo da evolução humana, sugerindo que o aluno peça a explicação sobre este tema ao professor de Biologia. Isso é um erro. O professor de História, bem como o professor de Ensino Religioso e Filosofia, também tem autoridade para explicar a formação do pensamento humano sobre este tema da criação humana.
Entender a origem das coisas sempre foi um verdadeiro mistério para as civilizações antigas. A civilização grega, considerada o berço do pensamento racional, era regida essencialmente pelas explicações divinas das existências terrenas. Ou seja, tudo era explicado por deuses.
Lembro que o professor Roque Strieder disse certa vez de que é novamente necessário aproximar a ciência da fé. O pensamento racional precisa novamente ter um teor de crença, mistério e fé. É necessário, e é possível, unir evolucionismo e criacionismo. Que seja o homem descendente natural de outra espécie. Mas do que custa acreditar que há uma força divina que rege todas estas leis naturais?
Frase da semana: “Serão os homens um erro dos deuses, ou serão os deuses um erro dos homens?” Nietzsche.
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