terça-feira, 23 de dezembro de 2008

CONVERSA DE PROFESSOR

Num levantamento breve em algumas escolas da região, pudemos perceber que a taxa de reprovação neste ano de 2008 aumentou em relação a 2007. Algumas considerações devem ser questionadas nesse sentido.

Talvez os professores tenham imprimido neste ano um rigor maior em termos de aprovação e reprovação, o que a princípio, nos faz considerar que houve uma preocupação com a qualidade na formação dos alunos de escolas públicas. Ou seja, somente passou quem realmente apresentou determinado nível de escolaridade. Mas será que a aprovação e a reprovação são realmente um termômetro de qualidade?

Se aumentou a reprovação, então podemos concluir que diminuiu a qualidade. Ou será o contrário? Se diminuiu a aprovação é porque aumentou a qualidade dos formandos. Acredito que há algumas deficiências de conceito para a escola e para a sociedade. O que significa aprovar ou reprovar?

Primeiro, porque os professores não sabem estabelecer ao certo o padrão de qualidade que está vinculado a aprovação e a reprovação? Segundo, porque os alunos, a grande maioria deles, não sabe concluir que a reprovação deveria ser um sinal de qualidade, e portanto, no próximo ano estarão cometendo os mesmos erros.

Gostaria de saber o que se passa na mente dos professores no momento em que decidem se este ou aquele aluno está capacitado a aprovar ou reprovar. Também gostaria de saber o que se passa na cabeça dos alunos quando recebem a notícia de sua reprovação. Acredito que temos uma séria crise de critérios no momento da decisão final.

No entanto não devemos nos preocupar e perder as férias pensando naquele aluno que reprovou. Se ele reprovou, é porque não possui notas satisfatórias, brincou e desmoralizou as aulas durante o ano e não demonstrou interesse em ser aprovado no final do ano letivo.

A própria vida é uma aprovação e reprovação. Somos reprovados no emprego, na sociedade, na família. Muitos patrões reprovam seus funcionários constantemente. Consiste justamente aí um dos pontos positivos da reprovação: ela deve servir como uma advertência, um aprendizado, um termômetro.

Em muitas famílias que possuem filhos que reprovaram na escola, não encontramos uma ação disciplinar para conscientizar os reprovados. Professores e pais jogam no mesmo time, a aprovação ou a reprovação deve ser exigida e trabalhada por ambos.

O que devemos deixar claro para os alunos que reprovaram, é que os professores durante o conselho de classe levam em consideração diversos fatores. Para ser sincero, se leva em consideração demasiadamente aspectos da vida do aluno: condição social, familiar, etc. “Na escola ele é um péssimo aluno, mas vocês precisam ver como ele trabalha no emprego dele”. Essas considerações sempre estão presentes. A pobreza e a situação familiar não deveriam ser as desculpas dos alunos por irem mal na escola.

Freqüentar uma escola deve ser um ato de responsabilidade. Ser indisciplinado na escola e disciplinado no trabalho é uma incoerência praticada por alunos que desconhecem o verdadeiro valor do conhecimento e da escolaridade.

2 comentários:

Profeballa disse...

un abrazo de Feliz Navidad para ti y los tuyos, pàsalo en familia y disculpa que no te visite con frecuencia!.
Profeballa
http://venezuelaysuhistoria.blogspot.com

Tyrone disse...

Eu tenho na cabeça, não sei se é a melhor coisa, os critérios dos apsectos trabalhados por mim na aula de História.
Tenho costume de problematizar todos os aspectos que desenvolvo com meus alunos e cada um tem seus objetivos. Quando o aluno na disciplina de História é reprovado os motivos para tal descomprometido e desinteressado. Apresenta atitudes inadequadas na sala de aula e fora dela, que agravam suas defasagens cognitivas. Conversa e brinca, saia da sala constantemente, sem permissão do professor. Debocha. Não participa das aulas. Não entrega atividades e não as realiza na sala. Nunca traz o trabalho solicitado e é totalmente desorganizado. Faz desenhos no caderno (quando traz), durante as aulas, demonstrando grande imaturidade. Falta-lhe concentração nas tarefas (hiperativo?).
Cognitivamente, em História, apresenta dificuldade na leitura, interpretação e análise de textos. Seu texto é fraco, desorganizado e sem coerência. Seu vocabulário é pobre.
Considero a observação do aluno em aula.

sds,
Tyrone
Professor
http://tyronemello.blogspot.com