quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

À procura de um sentido - por Edinaldo

Ah! Triste homem, que entre dúvidas e devaneios se perde em si mesmo.
Que nessa busca pela razão de ser encontra ainda mais perguntas.
Pensei que sabia algo, pensei que sabia quem eu era.
Num instante tudo tinha se transformado e o que era meu não mais era,
E o que eu era não sou mais.

Descobri nesse questionamento infindo que sou vários e nenhum.
E nessa variedade de mim não consigo entrar em acordo comigo mesmo.
Num instante sou eu e no outro sou eu novamente.
E esses eus tão anacrônicos e tão similares que me constroem desconstruindo-me.

Nessa descontrução-construção-descontrução aparecem seres desconexos que insistem em me desconstruir-construir.
E esses seres dizem que eu preciso me achar me perdendo e me perder achando-me,
Isso me deixa ainda mais atordoado.

Ah! Incerteza!

Sei que hei de morrer, mas uma coisa, ao menos uma coisa eu gostaria de saber:
Que influência eu tenho sobre mim mesmo que não vem de alhures, pois se tudo que me costrói-destrói-constrói vier de alhures eu não sou eu, sou apenas reflexo de alguma coisa.

Se sou reflexo de alguma coisa... Ah! Tristeza... Que coisa é essa?
E assim vou me questionando e em devaneios não sei mais o que sou nem o que sinto.
E nesse sentindo sinto que sinto uma centelha do infinito que é tão finito quanto eu.
E nessa minha finitude procuro desesperadamente me encontrar ou te encontrar, coisa, Antes que seja tarde...

E no alvorecer de mim me escondo de mim mesmo com medo de saber que coisa é essa, e assim quem eu sou.

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