sábado, 6 de setembro de 2008

CRONICA DO PROFESSOR MOTOQUEIRO

Olá amigo professor, certamente você se familiarizou com o título de meu texto. Tenho quase certeza de que você um dia, já foi um professor motoqueiro. Se digo “professor motoqueiro” não é porque faço isso por hobbie ou por aventura – bom seria se como professor pudesse ter uma moto possante, daquelas que a gente vê na televisão, para nos fins de semana curtir um passeio sobre duas rodas.
Digo “professor motoqueiro” porque tenho dessas motos que se paga com prazo esticado, você consegue me entender? Na verdade, minha moto faz parte do meu cotidiano de trabalho, porque todos os dias rodo em média quarenta quilômetros para ir e voltar das escolas em que trabalho. E pelo fato de eu ser um “professor motoqueiro”, caro amigo leitor, quero lhe contar todas as dificuldades, bizarrices e acidentes referentes a esta condição.
A minha possante, Ernesto Guevara e Alberto Granado chamaram a sua de “a poderosa”, a minha possante é nova. Mas já vi por aí professores motoqueiros acelerando em motos antigas, daquelas modelos ML, entende? O simples fato de estarem rodando com estas relíquias, já os colocam na condição de estarem exercendo uma profissão de alto risco. Todos os dias, quando os professores motoqueiros saem de suas casas, há uma grande chance de eles sequer chegarem à escola.
Geralmente o professor motoqueiro torce para que não chova, o que é simples de entender. Mas quando é necessário pegar uma chuva, o humor do professor motoqueiro já se encontra alterado. Com o tempo você começa a pegar o jeito, inventa ou aprende alguns macetes. Botas Sete Léguas e uma boa capa de chuva são acessórios obrigatórios.
O professor motoqueiro, certamente já atropelou uma galinha, um cachorro ou um gato, já teve de parar no meio da estrada, e com a buzina tentar espantar aquela vaca que ousou fugir do cercado. O professor motoqueiro já bateu num passarinho descuidado, e seu capacete já ficou manchado de sangue. Alguns professores motoqueiros já enfrentaram um enxame de abelha e até mesmo a neve.
O professor motoqueiro já teve de enfrentar aqueles dias terríveis de inverno. O professor motoqueiro já chegou encharcado na escola, já pegou aquela gostosa chuva de verão após um dia de trabalho. Um professor motoqueiro já chorou de raiva porque não conseguiu ligar sua moto no inverno.
Há muitos grupos de motoqueiros espalhados pelo Brasil, mas jamais alguém cogitou em fundar o “Moto-clube do professor motoqueiro”. Apesar de todas as dificuldades da condição de professor-motoqueiro, ainda é necessário que ele, independente de seu humor, entre em sala de aula esboçando um sorriso, porque seus alunos sempre esperam isso dele. Não entendem que ele, professor motoqueiro, é um ser humano.

3 comentários:

Profeballa disse...

Um prazer de conhecer o seu blog, aquilo que vou ler a partir de hoje, qual será a meu links. saudações

Não conheço muito de Português

Este é o meu blog

http://venezuelaysuhistoria.blogspot.com

Anônimo disse...

O prazer é meu. Se eu entender se ler, se me ouvir o custo é de um pouco mais, e escrever ainda mais. Escreva-me e perguntou, estou à sua disposição, um abraço irmão!.

Anônimo disse...

Meu msn: profeballa@gmail.com