segunda-feira, 29 de setembro de 2008

CONVERSA DE PROFESSOR

Pesquisa divulgada recentemente me deixou realmente intrigado.
Menos de 1% prioriza educação ao votar. O brasileiro não prioriza a educação na hora de votar, constatou a primeira edição da pesquisa anual do Ibope sobre educação. De acordo com o levantamento, menos de 1% da população considera as propostas
para a educação determinantes na escolha do prefeito. O estudo revela
ainda que, 68% dos entrevistados não têm a menor idéia do que o atual
governante está fazendo pela educação em seu município.

Na avaliação do ministro da Educação, Fernando Haddad, o
desinteresse pela educação parte das classes dirigentes. "O que temos
que fazer é sensibilizar a classe política, os empresários e a
sociedade civil de que educação é a base da civilização. Sem ela, não
há crescimento econômico distribuição de renda, queda da criminalidade.
É um trabalho de longo prazo, pois no Brasil é muito recente esse
despertar para o valor da educação", disse o ministro no lançamento do
movimento Educar para Crescer, quando foi divulgada a pesquisa, no
Museu da Casa Brasileira, em SP.

Sim, sensibilizar, essa é a solução. Mas, ministro Haddad, como faço para sensibilizar meus alunos para esse tema? Por mais que nós professores falemos para que os eleitores prestem atenção nos candidatos, porque os investimentos em educação não são como os investimentos em obras, eles não aparecem como as obras. A grande maioria da população não consegue enxergar os resultados dos investimentos em educação.

No mesmo evento “Educar para crescer”, foram divulgados mais dados interessantes: Pesquisa do Ibope divulgou que 70% dos brasileiros estão satisfeitos com a qualidade da educação brasileira. Poxa, que bom isso não?

E ainda, entre as medidas que o governo deveria tomar para melhorar a educação pública, duas tiveram grande adesão dos respondentes: melhorar o salário dos professores (46%) e a sua formação (37%). Pelo menos a maioria dos pais concorda que os professores ganham mal e não recebem incentivos para avançar na formação profissional.

O que o Ibope esqueceu de pedir é quantos pais realmente entendem de educação de qualidade, e ainda, quantos pais acompanham o cotidiano de seus filhos na escola. Daniel Giandoso, professor de São Paulo questionou: “Poxa, será que essa pesquisa não foi feita na Suíça?”

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