quinta-feira, 18 de setembro de 2008

CONVERSA DE PROFESSOR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta quarta-feira que a educação não pode ser vista como um gasto, dizia ele: “Educação tem que ser vista como investimento e um investimento que possa dar retorno no espaço mais curto de tempo que o investimento traz.”

Engraçado isto. No Brasil parece que todo mundo está consciente da importância da educação, governantes enchem o papo pra falar dela, ressaltam sua extrema importância para o desenvolvimento do Brasil. Poxa! Se todo mundo sabe da sua importância, porque a educação ainda apresenta problemas tão graves? Talvez seja porque alguns governantes querem que a educação seja prioridade e outros não. Bem como, algumas esferas da sociedade querem a educação como prioridade, outras não. Coisas do Brasil.

Muito interessante a reportagem da Revista Crescer, do mês de Setembro, que sugere como você pode educar seu filho para ser empreendedor e ir atrás dos próprios sonhos. Destaco um trecho da reportagem: “Todo mundo nasce com o potencial para empreender, mas essa capacidade pode ser perdida ao longo da vida. Isso ocorre por dois motivos: Um deles é a escola que, muitas vezes, não treina a criança para ser questionadora, identificar oportunidades e lutar por elas, mas para decorar conteúdos e repetir o que outros já fizeram. Outra razão é justamente a família. Quando há nela pouco espaço para idéias diferentes, a capacidade de sonhar vai sendo podada aos poucos.”

Portanto professores, o que estamos fazendo para formar alunos empreendedores em nossas escolas? Difícil tarefa essa, não? Ainda mais quando grande parte de nossos alunos vem com a capacidade criativa podada já na família e na sociedade, porque tem pouco acesso a leitura e ao conhecimento. Lembrando que, quando falamos em empreendedorismo não estamos falando somente de alunos que abrirão uma empresa, mas sim, de alunos que irão criar, inovar e imaginar.

Se formos olhar par a educação por diversos ângulos, podemos perceber que há esperanças. Por exemplo, na minha escola há um aluno que tem notas baixas nas avaliações. Mas numa atividade ele me surpreendeu. Pedi para eles criar um herói, um personagem fictício, que representasse o sentimento patriótico brasileiro e que na história combatesse algum inimigo do Brasil. Veja o que ele bolou: criou o desenho de um herói sem face, que justamente representa os heróis sem rosto do Brasil, os trabalhadores, heróis do dia-a-dia que combatem os problemas cotidianos desse país. Verdadeiros heróis sem face do cotidiano. Genial, um elogio para esse aluno!

A empresa Google, por exemplo, paga seu funcionários por produtividade. Não exige horário e nem que eles compareçam na empresa. E nós ainda estamos educando jovens para um futuro emprego, que bizarrice. Paremos de educar para o emprego e eduquemos nossos alunos para o trabalho.

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