sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Gravação de rádio-novela em estúdio


Alunas do Ensino Médio da Escola São Vicente gravaram no estúdio da Rádio itapiranga a rádio-novela que foi desenvolvida nas disciplinas de Artes e História. Cada equipe deveria escolher um tema da história e desenvolver uma rádio-novela.
O grupo fez um texto que desenvolve o tema da Inconfidência Mineira. Foi uma experiência incrível tanto para os alunos, como para os professores. O resultado do trabalho está gravado em CD e ficará disponível no arquivo da escola. Agradecemos o técnico de som Julian da Rádio Itapiranga, pela ajuda na gravação da rádio-novela.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Conversa de professor

“Por que eu vou entrar para a história?” essa foi a questão que lancei para meus alunos do Ensino Médio. Surpreendentemente muitos não sabiam responder ou até mesmo não tinham a menor noção, de que eles, como sujeitos instruídos, são pessoas capazes de entrar para a história.

Deixei claro para eles que, entrar para a história não significa necessariamente ser o presidente da república ou um astro de novela. Para entrar na história é necessário simplesmente ser uma pessoa que faça a diferença, em qualquer coisa. Aliás, não sei e é tão simples assim fazer a diferença, porque, se fosse simples, a maioria dos alunos saberia responder.

A grande questão é que, uma parcela muito grande das pessoas não possui qualquer tipo de projeto ou intenção de se tornar uma pessoa que faça algo inovador, audacioso, surpreendente. Essa tarefa de ser uma personalidade que ficará na história não é para qualquer um. Sinto isso em mim, e você amigo professor e estudante, certamente tem o mesmo sentimento. É muito mais fácil levar uma vida tranqüila, sem stress, ganhando seu salário base, sem incômodo.

Ser alguém que faz a diferença é conviver com o incerto, com o risco de errar, com a vontade de buscar e acreditar.

Dessa forma, se pensamos em como entrar para a história, temos de ter uma espécie de um termômetro do que me faz ser uma pessoa diferente das outras. É necessário ter parâmetros se o meu estilo de vida está igual, inferior ou superior ao dos outros.

Professores, vocês já pararam para pensar se as tuas aulas estão melhores comparadas as de seus colegas? Você já escutou a opinião dos teus alunos sobre a tua metodologia de trabalho, sobre o teu conhecimento? Você recentemente já realizou algum tipo de prova seletiva para ter um parâmetro do nível de seu conhecimento?

Sou amante do ciclismo, e nesse esporte podemos ter uma noção exata de como anda o meu treinamento e a minha dedicação ao esporte. Se vou mal em alguma prova do campeonato, preciso melhorar, se vou bem, sinto que meu esforço gerou algum resultado.

É assim em nossas vidas. Temos de ter parâmetros se almejamos ser alguém que deseja entrar para a história, que deseja fazer a diferença. É preciso ficar atento ás metodologias adotadas por outros professores, ao que os alunos falam de nossos colegas. Estar aberto para novas experiências, aceitar críticas e sugestões, é uma excelente forma de nos corrigirmos como seres humanos e como profissionais. A condição de aprendiz deve ser uma virtude para o professor.

Então amigo professor: por que você vai entrar para a história?

Frase da semana: “Para poder chegar onde se quer tudo depende de onde se esteja.” José Saramago.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Reacende a chama da esperança

A eleição de Barack Obama nos Estados Unidos novamente mexeu com as estruturas do mundo. Pessoas de todos os cantos do mundo trocaram horas de sono para acompanhar a apuração em tempo real, o mercado financeiro ficou novamente agitado (e, sejamos francos, quando o mercado fica brabinho é necessário ter preocupação), presidentes do mundo inteiro reiteraram que esperam ter uma boa relação com o novo presidente norte-americano (assim como todo adolescente quer ter uma boa relação com o garoto mais forte da escola). As más línguas já professam por aí que o negro Obama foi eleito graças à quota para negros. E os republicanos conservadores norte-americanos insistem em dizer que Obama é um comunista porque pretende dividir a renda entre a população.
No entanto, é preciso destacar que a eleição do descendente de africanos, mais precisamente de um clã islâmico de uma pequena vila do Quênia, significa muito para a história da humanidade. Sim, porque podemos esperar poucas novidades de Obama em termos de economia. Ou alguém de vocês espera um presidente norte-americano bonzinho, capaz de perdoar as dívidas dos países pobres e amenizar as tarifas alfandegárias? A sociedade americana não vai permitir um presidente assim, e o Obama sabe disso.
O que podemos esperar, talvez seja um retorno de relacionamentos, evidentemente tímidos e graduais, com inimigos históricos como Venezuela, Bolívia, Cuba e Irã. Política do presidente bonzinho, estilo Lula.
No entanto, precisamos estar atentos para o momento histórico que estamos atravessando. Jamais um negro chegou a ser presidente dos Estados Unidos. Assim como tivemos novidades quando um índio assumiu a presidência da Bolívia e um operário assumiu a presidência do Brasil. Está a humanidade a empreender novos valores? Será que enfim o proletariado e as massas oprimidas estarão chegando ao poder, como previu Marx?
Creio que não!
Mas o que o governo de Obama sinaliza executar em seu governo, é construir uma imagem diferente do país norte-americano. Talvez seu maior plano de governo seja tirar a bandeira dos Estados Unidos das centenas manifestações ecológicas ou econômicas que ocorrem ao redor do mundo, e evitar que ela seja queimada por sindicalistas, ambientalistas e profetas da paz.
Vejam bem, os Estados Unidos foram responsáveis por inaugurar uma nova forma de fazer guerra no século XX. Foram o único país a utilizar a bomba atômica contra civis e impor restrições taxativas sobre países que não se alinharam com a sua política. Enquanto que outras nações foram julgadas e receberam as punições, como a Alemanha e o Japão, os Estados neste século XX foram os julgadores, os donos da razão. Teria chegado o momento da nação norte-americana tomar a mesma atitude do Papa João Paulo II? Pedir perdão pelos erros do passado? Teria chegado o momento de os Estados Unidos deixarem de ser os julgadores para se tornarem os réus?
Por que não consigo acreditar que Obama vai trazer mudanças? Talvez porque sou apenas mais um rapaz latino-americano, mais um leitor do livro negro do capitalismo, mais um que cresceu ouvindo críticas á dívida externa, mais um que cresceu vendo a bandeira norte-americana ser queimada nos quatro cantos do mundo. Talvez caiba aqui o ditado popular: quer conhecer um homem? Dê a ele poder. E Obama a partir de hoje, passa a ser um dos homens mais poderosos do mundo.
Espero sinceramente que esse presidente negro, seja como aquele outro negro, aquele que disse que tinha um sonho, um sonho de ver seus filhos serem julgados pela sua personalidade e não pela sua cor. O fenômeno Obama está sendo comparado a duas personalidades da história norte-americana: John Kennedy e Martin Luther King. Espero que as coincidências da história não sejam reais, pois os dois antecessores foram assassinados por fanáticos.
Assim como me sinto orgulhoso de ver os amigos norte-americanos elegerem um negro, espero que nós brasileiros sejamos capazes de no futuro eleger uma mulher, um negro, um caboclo, um índio.