Causou grande impacto entre os leitores do Jornal Expressão, o espaço “filhos de nossa terra” da semana passada que publicou a entrevista do jovem Edson Walker. O filho de nossa terra atualmente viaja pela Nova Zelândia, buscando conhecer outras formas de ver o mundo. Entre seus caminhos já percorridos, além da Nova Zelândia, está a missão voluntária na África e a viajem de bicicleta pelo Nordeste brasileiro com um amigo japonês e dois americanos. Ele não quis revelar publicamente, mas nos informou que seu próximo destino deve ser a Índia.
Muitas pessoas ficaram maravilhadas com o espírito de liberdade expresso nas palavras do jovem Edson Walker, tendo inclusive, muitas manifestações de novos aventureiros dispostos a seguir o mesmo caminho.
Mas o que é esse sentimento que se manifesta nas pessoas? Essa vontade de largar tudo: emprego, família, faculdade, amigos, para se entregar ao mundo numa viagem sem destino e sem limitações? Esse desejo de viajar sem compromisso a lugares inóspitos não é alimentado somente pelo desejo de conhecer novos lugares e novas pessoas. É alimentado sim, principalmente pelo desejo de se desprender da vida material do cotidiano, de uma situação de desconforto causada pelas responsabilidades da vida, como o trabalho e o compromisso com a família. É alimentado também pelo desejo de buscar uma identidade, uma perspectiva de vida que a família, a escola e o trabalho ainda não foram capazes de fornecer.
Mas essa tarefa a que muitas pessoas estão se dedicando neste momento não é uma tarefa para qualquer pessoa. Acompanho muito estes viajantes, leio histórias sobre eles, e algumas coisas todos eles têm em comum. É preciso estar desapegado de objetos materiais, estar aberto para novas experiências, saber controlar o medo, estar disposto a novas relações e possuir a capacidade de se adaptar constantemente a novos padrões de vida. Ou seja, é necessário ser uma pessoa receptiva para novas experiências.
Estas situações vivenciadas por estes viajantes deve ser uma lição para nós, que vivemos presos ao trabalho e à família, e escolhemos estar preso a isso porque queremos isso, queremos uma estabilidade, uma garantia de conforto. Os viajantes solitários nos ensinam de que jamais devemos deixar de aprender, de valorizar outras visões de mundo, de ser tolerante. Para aqueles que pensam que já estudaram o bastante, o viajante nos ensina de que, por mais que nosso currículo seja extenso, há sempre algo que não conhecemos e não dominamos, e que, a qualquer momento este algo desconhecido fará parte de nossa vida profissional, e devemos estar dispostos a enfrentá-lo.
Aprendi com o Edson de que é necessário estar distante para começarmos a valorizar o que temos. É preciso estar distante da família para sentir saudades e valorizá-la. É preciso sair da escola para valorizar os ensinamentos dos professores.
Incomoda-me ver...
Que a estabilidade faz com que as pessoas pensem que a plenitude da vida já foi atingida. Geralmente as pessoas morrem já com trinta e poucos anos, mas são enterradas somente com sessenta.
Alguém já dizia...
“Acho que quanto mais eu viajo, mais eu valorizo o fato de ter crescido no interior, de ter tido professores dedicados e de pertencer a uma família que sempre me deu apoio e me deixou livre para seguir meus sonhos.” Edson Walker
Para quem quiser saber mais
Viajem de volta ao mundo numa bicicleta
Página de fotos de Edson Walker
Um comentário:
eu li
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